UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO
DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO
DE HISTÓRIA
I Seminário Índios em Sergipe e Índios Xokó
São
Cristovão-SE
2012
Identificação
do Projeto:
Nome
do evento: I Seminário Índios em Sergipe e Índios Xokó
Coordenação:
Prof. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa
Comissão Organizadora: Cacilda
Missias de Jesus Santiago
Leandro Sousa de Oliveira
Marina Leite Suzart
Marcos Paulo Carvalho Lima
Realização: Grupo GPCIR
Local:
Auditório de Geografia
Data: 19
e 20 de abril
Horário:
A partir das 18h30min
Vagas:
80(oitenta)
Valor
da Inscrição: R$ 10,00
Local
da Inscrição: Secretaria do Departamento de História
Contatos: 2105-6740 / 8836-8832
indiosemsergipe@gmail.com
Contatos: 2105-6740 / 8836-8832
indiosemsergipe@gmail.com
Introdução
A
história dos índios em Sergipe está marcada pela violência praticada pelos
colonizadores europeus, destacando principalmente os portugueses, se entendendo através dos séculos via a expansão do gado e de outras culturas. Essa violência física (genocídio) e cultural (etnocídio) foi estudada em várias obras
como as de: Beatriz Góis Dantas, Ariosvaldo Figueiredo, Clodomir Silva,
Felisbelo Freire, Capistrano de Abreu.
As notícias sobre "Enforcados" é uma das interpretações sobre essa história. Esse termo remete ao entendimento de uma resistência indígena em Sergipe. Índios enforcaram diversos colonizadores que passavam na região (hoje denominada de Nossa Senhora das Dores. Muitos pesquisadores consideraram esse fato como uma lenda significativa da compreensão dos povos indígenas sergipanos. Segundo Ariosvaldo Figueiredo a cerca deste fato, “A lenda faz
parte das idéias dominantes. Lenda, para a cultura oficial, é aquilo que o povo
vê, sabe, sofre e diz” (FIGUEIREDO, 1981, p. 9).
Há muitos problemas para se estudar com mais afinco a história desses povos. Um desses problemas é a fata de fontes. A falta destas dificultou e dificulta bastante as pesquisas com temas específicos. Entretanto, os catálogos de fontes elaborados por pesquisadores como a professora Beatriz G. Dantas tem incentivado jovens historiadores e antropólogos a melhor encontrarem documentos na referida temática.
É possível levar dados com remanescentes de povos indígenas ainda hoje via a coleta de dados orais ou de diversos documentos. Os Xóko, única tribo de nosso Estado, localizado na Ilha de São Pedro, em Porto da Folha tem uma história que se inicia no século XVII com a fundação da missão dos capuchinhos franceses e estende o seu domínio nessa localidade até os dias atuais. No início viviam aproximadamente 300 índios chefiados pelo Cacique Pindaíba. Hoje vivem em média 80 famílias na comunidade, tendo como principais lideranças o Pajé Raimundo, o Cacique Bá, o representante oficial da comunidade e ex-cacique Apolônio Xokó, entre outros.
Há muitos problemas para se estudar com mais afinco a história desses povos. Um desses problemas é a fata de fontes. A falta destas dificultou e dificulta bastante as pesquisas com temas específicos. Entretanto, os catálogos de fontes elaborados por pesquisadores como a professora Beatriz G. Dantas tem incentivado jovens historiadores e antropólogos a melhor encontrarem documentos na referida temática.
É possível levar dados com remanescentes de povos indígenas ainda hoje via a coleta de dados orais ou de diversos documentos. Os Xóko, única tribo de nosso Estado, localizado na Ilha de São Pedro, em Porto da Folha tem uma história que se inicia no século XVII com a fundação da missão dos capuchinhos franceses e estende o seu domínio nessa localidade até os dias atuais. No início viviam aproximadamente 300 índios chefiados pelo Cacique Pindaíba. Hoje vivem em média 80 famílias na comunidade, tendo como principais lideranças o Pajé Raimundo, o Cacique Bá, o representante oficial da comunidade e ex-cacique Apolônio Xokó, entre outros.
Ao longo do tempo os índios xokó foram
perdendo o seu fenótipo, diante de várias miscigenações com outras etnias
indígenas, povos esse denominados como tapuias. Mais isto não fez perder a sua identidade. Entendê-los hoje como parte da história de Sergipe é valorizar essa etnia.
OBJETIVOS:
Geral
Ao longo das décadas de 1970 e 1980 antropólogos e diversos pesquisadores da área das ciências humanas tem contribuído com a temática da história dos povos indígenas em Sergipe. Este seminário pretende dar continuidade a esse trabalho (pelo menos no que se trata em divulgação das pesquisas já efetuadas e em desenvolvimento).
Específicos
- Tomar consciência da produção historiográfica sobre os índios em Sergipe.
- Conhecer a contribuição de diversos pesquisadores da UFS com a temática dos povos indígenas nas décadas de 1970 e 1980;
- Saber quais as fontes utilizados pelos pesquisadores sobre a temática dos povos indígenas em Sergipe e qual a situação das mesmas nos arquivos sergipanos.
- Discutir a situação atual dos Índios
da Etnia Xokó em Sergipe.
Justificativa
O estudo da história dos povos indígenas em Sergipe é fundamental para que
possamos compreender a história sergipana. Não há como dissociar as etapas de conquista, colonização e o processo da independência de Sergipe aos dias atuais sem considerar o elemento indígena como contribuidor de nossa formação social e cultural. Poderíamos perguntar por que uma rádio recebeu o nome de um cacique indígena e outras localidades em pleno século XX. Nos referimos a rádio Aperipê e a unidade de saúde "Serigi"? Não é atoa a importância desses povos na constituição do tecido social e simbólico de nossa História.
Pensando o início da colonização, em pleno século XVI, os estudiosos apontam a existência de muitos povos aqui residindo. Também referem-se ao processo de genocídio e etnocídio. Quando o colonizador português chegou
ao território que hoje é o Brasil, encontrou várias tribos indígenas que foram
dizimadas. Em Sergipe não foi diferente.
Muito antes da chegada do colonizador que provocou o genocídio dos povos indígenas num acontecimento mais conhecido como "guerra justa", houve também a presença do colonizador jesuíta a imprimir uma sutil aculturação dos povos indígenas. Em
1575, com a chegada dos jesuítas Gaspar Lourenço e João Salônio, vindos da
Bahia com finalidade de catequizar os índios que aqui habitavam, erigiu a
igreja dedicada a São Tomé (imediações do Piauí – Santa Luzia do Itahny), a de
Santo Inácio (rio Vaza-Barris – Itaporanga D’Ajuda) e de São Paulo
(provavelmente em Aracaju). Logo, outros jesuítas foram enviados e a partir daí
tem-se início ao período de colonização de Sergipe Del Rey.
Já
em 1590, Cristóvão de Barrosos chega a Sergipe, em expedição vinda da Bahia com
objetivo de combater os índios e submetê-los ao domínio colonial. Muitos índios
foram mortos ou aprisionados, numa luta sangrenta denominada de “guerra justa”, como nos referimos acima.
Com
o avanço da colonização a atividade da catequese mudou para o domínio de outras ordens religiosas carmelitas, franciscanos e capuchinos. Os jesuítas também continuaram na colonização tendo um papel de destaque. Entretanto, serão os capuchinhos franceses e depois italianos a empreender uma maior participação entre os índios ao longos dos séculos XVIII e XIX.
Dentre as missões fundadas em Sergipe no século XVII, por exemplo, podemos destacar a Missão de São Pedro em Porto da Folha. Os índios dessa missão passaram por diversas etapas que foram da "proteção" dos missionários até a fase de desapropriação de suas terras. Esses povos denominados Xokó, continuam lutando pelos direitos a sua memória e e sua identidade.
Nas décadas de 1970 e 1980 muitos antropólogos e outros cientistas sociais tiveram um papel importante no resgate da memória desses povos indígenas em Sergipe. Reconhecer esse papel e dar continuidade ao que já foi feito é um desafio para as novas gerações. Um ponta pé inicial poderia ser a divulgação do que já foi feito.
Dentre as missões fundadas em Sergipe no século XVII, por exemplo, podemos destacar a Missão de São Pedro em Porto da Folha. Os índios dessa missão passaram por diversas etapas que foram da "proteção" dos missionários até a fase de desapropriação de suas terras. Esses povos denominados Xokó, continuam lutando pelos direitos a sua memória e e sua identidade.
Nas décadas de 1970 e 1980 muitos antropólogos e outros cientistas sociais tiveram um papel importante no resgate da memória desses povos indígenas em Sergipe. Reconhecer esse papel e dar continuidade ao que já foi feito é um desafio para as novas gerações. Um ponta pé inicial poderia ser a divulgação do que já foi feito.
Assim, conforme dito, realizar um seminário com esse tema "história dos índios em Sergipe e índios
Xokós" é reconhecer a importância desse povos na história sergipana.
METODOLOGIA
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