Um Olhar sobre as Exposições Indígenas: Avaliação de algumas exposições do Museu do Homem Sergipano1
1 Artigo apresentado no III Colóquio do GPCIR: Intercâmbio Institucional: saberes e fazeres historiográficos. São Cristóvão, 2012.
2 Monitora do III Colóquio do GPCIR: Intercâmbio Institucional: saberes e fazeres historiográficos. São Cristóvão, 2012.
Autora:
Bárbara Barbosa dos Santos2
Graduanda em História pela Universidade Federal de Sergipe, bolsista do PIBID e Membra da Comissão de Estudos Índios em Sergipe, Grupo de Pesquisa Cultura, Identidade e Religiosidade.
Co-Autora:
Damilis Silveira Viana
Graduanda em História pela Universidade Federal de Sergipe, estagiária no Museu do Homem Sergipano e membra da Comissão Pró-MUHSE.
Orientadora:
Verônica Nunes
Licenciada em História/UFS, Mestre me Memória Social e Documento/Uni-Rio. Professora do Núcleo de Museologia/UFS. Diretora do Museu do Homem Sergipano. Aracaju/Sergipe, Brasil.
RESUMO:
O Museu do Homem Sergipano possui uma quantidade de exposições temporárias, tendo como suporte o papel. Estas são resultantes das pesquisas do Setor de Antropologia, do antigo Departamento de Psicologia e Sociologia, da Universidade Federal de Sergipe. As exposições, criadas pelo Setor de Antropologia abordam diversos temas, entre eles: índios, negros, religiosidade e cultura popular. Em parceria da Comissão Índios em Sergipe com o Museu do Homem Sergipano, iniciou-se o trabalho de avaliação e catalogação das exposições com temática indígena. Este artigo é resultado da análise de cinco exposições, que utiliza alguns critérios para classificar quais exposições poderão ser transferidas do suporte original para um que permita melhor armazenamento e transporte.
Palavras-chave: Exposições; Museu; índios; Avaliação.
ABSTRACT:
The Sergipe Museum of Man has a number of temporary exhibitions supported by papers. These are the result of research executed by Department of Anthropology, the former Department of Psychology and Sociology, from Federal University of Sergipe.
The exhibition created by the Department of Anthropology discusses various topics, including: Indians, Blacks, religion and popular culture. In partnership of Commission Indians with Sergipe Museum of Man, it began work on evaluation and cataloging of the exhibits with indigenous issues. This article is the result of analysis of six exhibitions, which uses some criteria to classify which exposures may be transferred from the original medium that allows for a better storage and transport.
Keywords: Exhibitions; Museum; Indian; Evaluation.
1- Introdução:
Este estudo trata da análise e catalogação de parte das exposições com temática indígena que fazem compõe o acervo do Museu do Homem Sergipano (MUHSE). Porém, apesar das exposições estarem localizadas no MUHSE, antes de discorrer sobre as mesmas é necessário situá-las no contexto em que foram produzidas.
Anteriormente ao século XX, os museus brasileiros se inspirando nos modelos de museus da Europa, eram compostos por coleções ecléticas. Porém, seguindo o contexto da especialização do conhecimento nos últimos 25 anos, é crescente a preocupação em tornar as exposições cada vez mais dinâmicas e didáticas. Desse modo a visita ao museu passa a ser mais interativa, pois os visitantes tendem a fazer percursos individualizados, a escolher o que mais lhe interessa e assim as exposições atendem a variados públicos.
Como afirma a Profª Priscila Freire3,
3 Coordenadora do Sistema Nacional de Museus-MINC-SPHAN/Pró-Memória, no ano em que a mesma fez a Apresentação do livro.
"O mundo se redescobre a cada dia. Novas perspectivas inauguram caminhos. O museu redimensiona-se. Antes passivo, ordena-se ativo. Não mais o objeto em si, mas o resumo histórico. (...). O museu reajusta sua função didática. Faz coincidir o estético e o pedagógico. Conceitua-se no contexto histórico e por área geográfica. Cada museu responde a algum aspecto do saber humano. Concentra-se, especializa-se e torna-se antagonicamente, mais amplo. O método visual é a sua linguagem."
(FREIRE, 1988, p.8)
Na busca em atender a expectativa desse público diverso, os museus passaram a utilizar inúmeras maneiras de transmissão de informações, por exemplo: uso de cores contrastantes; objetos sugestivos e recentemente, tecnologia em multimídia. Sendo assim, a visão tradicional de museu foi alterada. Ao receberem visitantes com diversos interesses e níveis de conhecimento, as exposições devem ser constantemente avaliadas, exigindo que os curadores, museólogos, designers e educadores dinamizem as exposições de acordo com o resultado dessa análise.
2- Um museu, suas dificuldades:
É nesse novo contexto museológico que surge a proposta de criação do Museu de Antropologia (MUSA) da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Embora o museu tenha sido criado no papel desde 1978, na verdade nunca conseguiu um espaço adequado para suas instalações e funcionamento condigno (DANTAS, 1990, p.2).
As exposições estudadas são resultados das pesquisas do Setor de Antropologia, que encontraram na produção de exposições itinerantes um modo de contornar a ausência de espaço físico, levando à sociedade o resultado de estudos sobre índios; negros; rituais folclóricos; paleontologia e arqueologia.
Em 1983 o Museu de Antropologia ganha um espaço no Centro de Cultura e Arte (CULTART/UFS) que passou a se chamar "Sala de Cultura Popular". Apesar de ter sido dispensado um espaço ao MUSA, as exposições continuaram a ser itinerantes. Em 1988 a Sala de Cultura Popular, deixa de funcionar, o acervo retorna ao Campus Universitário onde foi destinado um espaço no Centro de Ciências Biológicas e Saúde e o Museu passou a ser denominado Núcleo Museológico. Em 1996 passou a ser chamado de Museu do Homem Sergipano (MUHSE), ocupando o espaço da antiga Faculdade de Ciências Econômicas, localizada na Praça Camerino.
Depois de oito anos, o MUHSE muda para a antiga Faculdade de Serviço Social, situada na Rua de Estância, nº 208, onde funciona atualmente. O edifício onde se encontra o Museu está na área abrangida pelo Plano Diretor de Aracaju, porém ainda
não foi tombado. Desde maio de 2011, o Museu do Homem Sergipano, encontra-se fechado ao público, e foi interditado por apresentar problemas estruturais no prédio.
Nesse sentido, a UFS vem tomando as medidas cabíveis como, por exemplo, os estudos para a elaboração do projeto arquitetônico. Porém, mesmo estando fechado à visitação, o MUHSE recebe estudantes para pesquisas, pois dispõe de um acervo documental e uma biblioteca com inúmeras obras. Destaca-se o fato de este artigo ser fruto de uma pesquisa que está ocorrendo no Museu do Homem Sergipano enquanto o mesmo continua fechado.
3- Comissão de estudos Índios em Sergipe e sua contribuição ao MUHSE:
Esta Comissão está ligada ao Grupo de Pesquisas Cultura, Identidade e Religiosidades- Departamento de História- UFS. E originou-se como consequência de uma atividade de extensão de um grupo de estudantes orientados pelo Profº Drº Antônio Lindvaldo Sousa4
4 Licenciado em História pela Universidade Federal de Sergipe; Bacharel em História pela Universidade Federal de Sergipe; Mestre em História pela Universidade Federal de Minas Gerais; Doutor em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
5 Antropóloga, escritora e pesquisadora. Professora aposentada da Universidade Federal de Sergipe.
Além da proposta de aprofundar os estudos sobre os índios sergipanos, havia o interesse de levar a diante os trabalhos da antropóloga e professora Beatriz Góis Dantas já que a mesma dedicou anos de pesquisas e tem várias publicações sobre o tema. Em parceria da Comissão de estudos Índios em Sergipe com o Museu do Homem Sergipano foi iniciado o trabalho de classificação e análise das exposições com a temática indígena, realizadas pelo Setor de Antropologia- UFS.
4- A temática e avaliação das exposições
Temática
Com a parceira do MUHSE e a Comissão Índios em Sergipe, foi proporcionado um levantamento das exposições, contabilizando treze (13) com temática indígena. Desse total, são trabalhadas neste artigo, cinco delas serão avaliadas.
As exposições com o tema indígena exprimiam a situação destes povos na época, como cita a Professora Beatriz Góis Dantas5:
5
"No final da década de setenta, no bojo de um movimento geral em que as minorias ganham visibilidade na sociedade brasileira e começa a reivindicar direitos, os Xokó, a exemplo do que ocorre com muitos outros índios do Nordeste, encetam um processo de reetnização que envolve a luta pela posse de terra e a busca de reconhecimento de sua identidade étnica como garantia de direitos assegurados pela Constituição". (DANTAS, 1995, p.3)
Fez-se um contraponto entre a realidade dos grupos indígenas, em âmbito nacional, com a situação do povo Xokó
em Sergipe. Pois, estes são últimos povos indígenas que vivem em aldeia no estado.
6 Índios que habitam uma aldeia localizada na Ilha de São Pedro-Porto da Folha/SE.
7 Autora da Dissertação de Mestrado em Comunicação e Artes, da Universidade de São Paulo, 1995.
O objetivo era mostrar quem era e como vivia os atuais Xokó da Ilha de São Pedro, município de Porto da Folha em Sergipe e, ao mesmo tempo, informar sobre a história do grupo, as pressões que levaram à negação da existência de índios no bojo de uma ideologia assimilacionista e de expropriação de terras das aldeias. No centro das discussões estavam questões como mestiçagem, cultura e identidade étnica trabalhadas de modo a desvincular a noção de grupo étnico como algo fixo e imutável. (DANTAS, 1995, p. 4)
Avaliação:
A avaliação das exposições, que se encontram no Museu do Homem Sergipano, atende a uma metodologia que analisa alguns critérios como: proposta conceitual; linguagem de apoio (linguagem verbal; linguagem iconográfica; títulos; textos; etiquetas); e relação museu-escola. Tal forma de avaliação baseia-se na proposta contida na Dissertação de Mestrado de Adriana Mortara Almeida
7, porém os critérios utilizados neste artigo foram adaptados para a realidade do presente estudo.
a) Xocó Hoje-1981
Objetivando a discussão e reflexão da realidade da aldeia Xokó após a retomada da Caiçara, o Museu de Antropologia criou a exposição Xokó Hoje. Para a produção desta exposição foi feito levantamento populacional, entrevistas com os índios, e fotografias.
Em 1996, em comemoração aos 16 anos da retomada da caiçara pelo povo Xokó, foi atualizado os dados da exposição Xokó Hoje, e percebendo que as informações contidas nesta última estavam defasadas, fez-se uma reformulação nos elementos expositivos e mudou o nome para Xokó: presença indígena em Sergipe. Tal fato foi observado após estudo de um catálogo das exposições, produzido pela professora Beatriz Gois Dantas, no qual a mesma descreve sobre a elaboração das exposições concebidas pelo Núcleo de Antropologia. Neste catálogo foram anexadas fotografias de quando a exposição foi apresentada ao público, ao observá-las pode-se constatar que alguns materiais da exposição Xokó Hoje, são idênticos àqueles encontrados na exposição Xokó: presença indígena em Sergipe.
Por esse motivo, pode-se considerar que o objetivo da criação da exposição Xokó: presença indígena em Sergipe era semelhante ao da exposição anterior.
Com o auxílio de fotografias localizadas no acervo do MUHSE pode-se perceber que a exposição Xokó: Presença indígena em Sergipe foi reproduzida, no mínimo, duas vezes; em 1996 e em 1999 no CULTART. Da reprodução de ano de 1996, não foi encontrado material ou projeto da exposição. Porém, da remontagem de 1999, encontrou-se grande parte dos elementos.
Proposta Conceitual:
Ao elaborar esta exposição, a proposta conceitual era a de discutir e refletir sobre a história e a realidade dos índios Xokó pós-retomada da Caiçara
8. Desse modo, informar a sociedade sergipana da existência e da reafirmação da identidade cultural dos índios.
8 Caiçara é a denominação comum de território costeiro. No caso dos Índios Xokó, em Sergipe esse território corresponde à faixa litorânea próxima a Ilha de São Pedro-Porto da Folha/SE.
Linguagem de Apoio:
Linguagem Verbal:
Títulos:
Os títulos da exposição são apresentados nos painéis de abertura acompanhados por gravuras ou desenhos que sugerem a temática.
Textos:
A proposta museológica das exposições atendia de forma eficaz as condições de visualização dos textos e suas legendas por apresentarem formas e tamanhos adequados ao público alvo.
Os textos eram de fácil assimilação e o modo em que foram dispostos, permitia que várias pessoas pudessem ler o conteúdo simultaneamente. No entanto, as condições de reprodução dos textos da época em que foram elaboradas as exposições, não permitiam um conforto na visualização gráfica dos mesmos.
Etiquetas:
As etiquetas, geralmente, apresentam tamanhos de letras maiores, por exemplo, os créditos da exposição, e legendas dos objetos expostos. Apresentam tamanhos relativamente maiores das demais.
Linguagem Iconográfica:
A linguagem iconográfica de uma exposição deve ser constituída de elementos que permitam ao visitante conceber a ideia do que esta sendo exposto, sem a necessidade de ler os textos respectivos.
Como o público alvo das exposições estudadas para confecção deste artigo era principalmente estudantes do ensino de 1º e 2º graus (atual ensino fundamental e médio), a linguagem iconografia exigia uma elaboração lúdica e de simples assimilação.
Nas exposições eram utilizadas fotografias, textos, fotocópias, mapas e objetos típicos da cultura indígena. Tais objetos ainda fazem parte do acervo do Museu do Homem Sergipano.
Relação Museu-Escola:
O Projeto Museu-escola da exposição Xokó: Presença indígena em Sergipe é coordenado pela professora Maria do Socorro A. Secundo, e pretendia aproximar o
8
educado a instituição museal, o que difere do objetivo das exposições realizadas pelo núcleo do antropologia que promovia a extensão da universidade as escola.
Considerações da avaliação:
A exposição Xokó: Presença indígena em Sergipe pode ser restaurada em outro suporte, pois seus elementos são fotografias e fotocópias de textos e suas originais podem ser facilmente encontradas. Quanto aos desenhos, também podem ser reproduzidos e os objetos indígenas, após levantamento na reserva técnica do MUHSE, alguns foram encontrados.
b) O Nu e o Vestido-1982
Temática
A exposição O Nu e Vestido foi apresentada ao público no ano de 1982, pela primeira vez na galeria Jordão de Oliveira /UFS, no ano seguinte foi montada no Instituto de Educação Rui Barbosa e a ultima montagem foi em 1991 no Museu Histórico de Sergipe na cidade de São Cristóvão. A exposição tenta desconstruir a ideia cristalizada na sociedade de classificar a cultura e origem pelos estereótipos. Mostrando com um título bastante sugestivo: "O Nu e o Vestido", que ser índio não implica em características físicas, e sim a conservação de sua identidade cultural.
Avaliação
Proposta conceitual
A exposição provoca uma reflexão sobre a situação atual de grupos indígenas em todas as regiões do Brasil. É retratada nos painéis, a partir de cartazes e fotocópias, a população, seus costumes, e as dificuldades de cada grupo em suas respectivas regiões ocupadas no país.
Linguagem de apoio
Linguagem verbal
Títulos
O tamanho das letras referente aos títulos da exposição é de fácil visualização e são sempre explicados de acordo com o assunto abordado.
9
Textos
Os textos da exposição são compostos por pequenos cartazes que proporcionam uma má visualização, pois o tamanho das letras utilizadas exige que o visitante se aproxime demasiadamente para ler os textos.
Etiquetas
As etiquetas corespondem a mesma dinâmica dos textos, letras de pequeno porte que dificulta a visualização.
Linguagem iconográfica
Quanto a linguagem iconográfica, a exposição dispõe de cartazes e fotografias que foram retiradas de revista, auxiliando assim, na rápida assimilação do conteúdo.
Relação Museu-escola
Desta exposição não foi localizada o projeto educativo, deste modo, não é possível relatar sobre essa relação. Apenas a existência de fichas de empréstimo da exposição, por parte das escolas, é que comprovam que a mesma foi utilizada para este fim.
c) O Índio nos Jornais- 1986
Temática:
A exposição O Índio nos Jornais mostra, a partir de recortes de jornais, a luta do povo indígena por suas terras e seu lugar na sociedade brasileira.
Avaliação:
Proposta conceitual:
Utilizando recortes de jornais, de renome nacional, e trechos do Diário do Imperador D. Pedro II, o Setor de Antropologia leva à público a discussão sobre a posse de terra que os índios buscavam. Assim como, a luta pelo espaço e reconhecimento no Brasil.
Linguagem de Apoio:
Linguagem Verbal:
10
Na análise e catalogação das exposições existem alguns problemas quanto à localização dos elementos. Como o caso da exposição O Índio nos Jornais, que a falta de elementos impossibilitam a análise da exposição neste sentido, por não ser encontrado nada referente a títulos e etiquetas.
Textos
Os textos que compõem a referida exposição são matérias de caráter jornalístico, desta forma a qualidade do papel utilizado para a impressão não favorece uma leitura confortável, exigindo que os visitantes aproximarem-se demasiadamente dos painéis para ler as noticias. Com a linguagem utilizada nas exposições não é atrativa ao publico infantil, além de dispor de uma linguagem incompatível com nível de formação de alguns visitantes. O tamanho das letras utilizadas nos textos dificulta a visualização, impedindo que muitas pessoas leiam um texto ao mesmo tempo.
Relação museu-escola
Não foi localizado nenhum projeto educativo na embalagem da exposição, sendo assim, a avaliação neste aspecto não é possível.
Considerações da avaliação
A exposição é uma das mais comprometidas no que se refere ao número de elementos encontrados, não foi localizado o projeto e o mapa museográfico, impedindo a remontagem e a catalogação da mesma.
Quanto à transferência do material expositivo não será possível, pois está em elevado grau de deterioração e incompleta.
d) O Avesso da Conquista-1990
A exposição O Avesso da Conquista foi elaborada em comemoração ao IV Centenário da Conquista de Sergipe, e consistia em mostrar a consequência dessa batalha para os índios que habitavam essas terras. Já que, estes últimos foram subjulgados pelos europeus e aniquilados em sua maioria.
A exposição foi reproduzida de modo sintético e exposta uma única vez. Visto que fazia parte de um trabalho que ainda estava em andamento no Setor de Antropologia, e mais tarde veio a incorporar a exposição O Índio em Sergipe, no mesmo ano. Como consequência, esta exposição não pode ser avaliada como as demais.
11
Considerações da avaliação:
Desta exposição apenas foi localizado nenhum elemento referente à mesma, dessa forma é impossível a reprodução da mostra em outro suporte.
e) O Índio em Sergipe-1990
Temática
Essa exposição conduz o visitante num percurso linear da história dos índios de Sergipe no contexto nacional, desde a chegada dos europeus em 1500 até a retomada da Caiçara, pelos índios Xokó. O Setor de Antropologia promoveu a exposição em comemoração ao IV Centenário da Conquista de Sergipe, como cita a professora Beatriz Góis Dantas:
"O ano de 1990 marcará o VI Centenário da Conquista de Sergipe, (...). O momento é pois adequado para uma discussão sobre os índios que, enquanto habitantes dos territórios conquistados, sofreram em suas populações, sociedades e culturas, o impacto da conquista e da colonização"(DANTAS, 1989, p. 1)
Avaliação
Proposta Conceitual:
Levar o público a refletir sobre os processos sofridos pelos índios, durante os quatrocentos anos após a conquista do território sergipano. Juntamente com O Avesso da Conquista, a exposição O Índio em Sergipe, fez parte da comemoração do IV Centenário da Conquista de Sergipe.
Linguagem de Apoio:
Linguagem Verbal:
Títulos
A estrutura da exposição referida dispõe de títulos que são facilmente compreendidos pelos visitantes, As letras têm tamanhos e formas adequados que permitem uma ampla e agradável visualização dos elementos nos painéis.
Textos
12
Os textos que compõe a exposição foram dispostos de forma que permitia a ampla visualização, uma vez que eles eram expostos em suporte de papel.
Etiquetas
A maioria das etiquetas que foram utilizadas na exposição foi localizada durante a catalogação da exposição. As etiquetas e legendas têm letras de tamanho favorável para que ler, além de terem sido dispostas de forma que promovia a rápida assimilação com o assunto e objetos expostos.
Linguagem Iconográfica
Quanto à linguagem iconográfica a exposição dispõe de muitas gravuras, desenhos, mapas e cartazes que contam a história do índio em Sergipe de forma lúdica e didática promovendo a rápida absorção do conhecimento.
Relação Museu-Escola:
Com relação ao projeto museu-escola, a professora Beatriz G. Dantas discorre:
"(...), pois muito mais do que ser simplesmente vista, a exposição tem como proposta envolver professores e alunos num trabalho pedagógico mais consequente, no sentido de levar à reflexão sobre a presença e o papel do índio na sociedade sergipana e brasileira. Concebida desde suas origens como uma exposição didática, ao integrar-se às atividades do Projeto Museu-escola procurou-se por em prática a função educativa atribuída aos museus." (DANTAS, 1989, p. 4)
O projeto museu-escola na exposição O índio em Sergipe foi bastante atuante, segundo analise nas fichas de empréstimo da exposição nota-se que ela percorreu ao longo do ano de 1990 a 1991 inúmeras escolas e atendendo a mais de 120 professores e cerca de 7000 pessoas.
13
5- Considerações Finais:
As exposições itinerantes do Museu do Homem Sergipano são fontes para os estudos da história cultural de Sergipe, mas o que se configura é a necessidade de transforma-las em outro suporte. Após a avaliação que gerou este artigo pode-se sugerir que algumas destas exposições estão aptas para tanto, e outras não. Há exposições que dispõe de material que para ser novamente publicados, porém será necessária a atualização das informações.
Vale ressaltar que apenas cinco exposições com temática indígena foram retratadas neste estudo. O trabalho de catalogação e avaliação das demais exposições terá continuidade, até que as restantes passem pelo mesmo processo. O trabalho de catalogação e, quando possível, a substituição de suporte é imprescindível para que estas exposições possam continuar sendo objeto de pesquisa e continuar a promover a interação de trabalhos acadêmicos da UFS com o ensino básico.
14
Referências Bibliográficas:
ALMEIDA, Adriana Mortara.
A Relação do Público com o Museu do Instituto Butantan: Análise da exposição ‘Na Natureza não existem vilões’. São Paulo. Escola de Comunicações. Universidade de São Paulo, 1995.
ANDRADE, Crécia Maria; LIMA, Marcos Paulo Carvalho.
DANTAS, Beatriz Góis.
Catálogo: 1981-1992.
FREIRE, Priscila. Apresentação. In: GIRAUDY, Danièle; BOUILHET, Henri.
O Museu e a Vida. Rio de Janeiro: Fundação Nacional Pró-Memória; Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro; Belo Horizonte; UFMG, 1990.
NUNES, Verônica. O Museu do Homem Sergipano.
Patrimônio e Memória. UNESP-FCLAs-CEDAP, 2010, v.6, n.2, P. 78-96, dez.
REUNIÃO DE ANTROPOLOGIA DO NORTE E DO NORDESTE, IV, 1995, João Pessoa.
Do Campus para as Escolas: uso da fotografia na divulgação de pesquisas e na integração de saberes. João Pessoa. GT Antropologia Visual, 1995.
Nenhum comentário:
Postar um comentário