Gisélia de Souza Cardoso ;
Rosana Eduardo da Silva Leal (Orientadora-NTU/UFS)
O presente trabalho tem por finalidade analisar a relação entre comunidades tradicionais, educação e turismo, tendo como contexto empírico a população Xokó, que está localizada no município de Porto da Folha, no estado de Sergipe. Esta análise é parte do estudo que vem sendo desenvolvido no Grupo de Pesquisa Gestão de Turismo e Hospitalidade, no Núcleo de Turismo da Universidade Federal de Sergipe, que visa ampliar o olhar científico e técnico sobre a comunidade, através do estudo de elementos ainda não abordados sobre o tema, como, por exemplo, o estudo sobre a relação entre visitantes e visitados. Isso se deve ao fato de que hoje a aldeia tem sido centro de visitação de escolas do ensino médio e fundamental, bem como pesquisadores, professores e universitários, que chegam semanalmente à localidade com a finalidade de conhecer os modos de vida do grupo. O objetivo da pesquisa é levantar o repertório de saberes e fazeres que possam compor um projeto de desenvolvimento turístico-educativo de base comunitária, envolvendo elementos de reforço identitário local, tais como costumes e práticas alimentares, atividades econômicas e de subsistência, bem como artesanato, rituais e celebrações tradicionais. O estudo vem sendo feito por meio da pesquisa bibliográfica, documental e de campo, com a realização de entrevistas e produção de diário de campo. Neste âmbito, tem como base metodológica o método etnográfico, que possibilita a identificação in loco das práticas cotidianas entre os membros da comunidade e a sociedade mais ampla. Tal instrumento contribui para obter conhecimento sobre os padrões de pensamento e comportamento dos índios no seu cotidiano, por meio de práticas, hábitos, fatos e eventos observados. Os resultados da pesquisa serão utilizados como fontes de informação para a produção de um projeto turístico-educativo para a aldeia, que pretende sugerir o desenvolvimento de ações para a comunidade. Tais ações serão elaboradas coletivamente, estimulando a gestão participativa, com o intuito de possibilitar o contato dos grupos de visitantes com os elementos identitários locais e identificar como estes podem ser trabalhados e ofertados para sociedade mais ampla. Os dados coletados até então tem proporcionado o conhecimento do passado e da situação atual da comunidade, contribuindo para a identificação de práticas tradicionais presentes no dia-a-dia do grupo.
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