SÍNTESE/ÍNDIOS XOKÓ
As notícias mais antigas relacionadas aos Xokó,
datam dos finais do século XVII, já habitando as margens do Rio São Francisco.
Como anteriormente não são elencados pela
historiografia sergipana, é possível que eles tenham chegado à região como
resultado dos remanejamentos feitos pelo Estado Português, junto com a Igreja
Católica. Quando os embates com grupos indígenas, aqueles que sobreviviam eram
deslocados para os locais onde estavam implantadas missões religiosas.
Durante o governo de Afonso F. de Castro, em 1672,
foi fundada pelos capuchinhos franceses a Missão de São Pedro de Porto da
Folha, que, segundo tradição oral, seria delimitada por seis marcos de pedra
afixados pelos primeiros conquistadores, espanhóis e portugueses, em 1653
(FIGUEIREDO, 1981, p. 88). Tendo como principal missionário o Frei Anastácio,
que permaneceu nessa redução por mais de seis anos.
Em 1724, a população indígena Xokó eram 320 índios,
já em 1758 esse número foi reduzido a 250 Xokó. Em 1802 tivemos informações que
no sertão pernambucano haviam um pequeno grupo de índio Xokó, fato esse que não
são confirmados. Em 1821 foi criado a freguesia de São Pedro, com isso um
sacerdote conhecido como Gaspar Farias Bulcão, foi nomeado para cuidar da
aldeia dos índios Xokó.
Na segunda metade do século XIX, quando por acaso o
Imperador D. Pedro II, visita a Ilha de São Pedro, o povo Xokó solicitou-lhe
que delimitasse o território indígena das fazendas em volta. Foi atendido,
determinou que demarcasse a área em questão e a favor dos índios, por sua vez, o
Presidente da Província em Sergipe, Sr. Amâncio João Pereira de Andrade, ao
saber da demarcação da reserva indígena, uma área excelente para criação de
gado, fez uma declaração que dizia o seguinte: na aldeia não há se quer uma
casa; e indagava os índios Xokó como povos miseráveis.
Após anos de luta e batalha, para fazer prevalecer
os seus direitos, em maio de1993 o Povo Indígena Xokó, realiza a primeira festa
no Caiçara onde convidam os amigos que lutaram pela causa, para celebrar essa
grande vitória. No mesmo mês tomam posse definitivamente da área indígena
Caiçara. Outra festa foi realizada, sendo que essa foi exclusiva para a
comunidade, celebrar e festejar todos esses anos de luta.
Os remanescentes Xokó, da Ilha de São Pedro,
município de Porto da Folha, é única memória coletiva que Sergipe tem da
presença de índios no Estado.
Os Xokó em sua origem são remanescentes de vários
grupos indígenas. Ao decorrer do tempo passaram por miscigenações, foram
perdendo suas características culturais fenotípicas de seu grupo de origem.
Hoje são em média 80 famílias, alguns parentes vivem
em Aracaju, em Nossa Senhora do Socorro, ou em municípios vizinhos a Porto da
Folha. A comunidade conta com uma instituição escolar (Colégio Estadual José
Brandão de Castro, um CRAS, duas Associações e um Igreja (Igreja de São Pedro).
Principais
lideranças: Raimundo Pajé, Cacique Bá, Apolônio Xokó, Jairo (Associação
Indígena do Povo Xokó e Ilma, líder das mulheres.
Estive recentemente nesta aldeia, esses índios são verdadeiros guerreiros da história indígena sergipana e o Cacique Apolônio é uma riqueza em conhecimento.
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